Resposta Morfodinâmica de Praias do Sudeste Brasileiro aos Efeitos da Elevação do Nível do Mar e Eventos Meteorológico-Oceanográficos Extremos até 2100
Resumo: Dentre os diferentes ambientes costeiros, as linhas de costa oceânicas, em especial as praias, são particularmente
muito vulneráveis aos efeitos das mudanças do clima, em escala global devido à elevação do nível relativo do mar
(NM), e em escala regional devido às mudanças no clima de ondas em função da ocorrência de eventos
meteorológico-oceanográficos extremos, como grandes tempestades e ressacas do mar. Em todos os casos, os
impactos principais sobre a linha de costa são a erosão das praias e inundações na planície costeira.
O Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, recentemente publicado, destaca que os principais gargalos
para o gerenciamento do risco climático no Brasil são as lacunas de informação e conhecimento sobre: a exposição
e a sensibilidade dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura à mudança do clima; a
identificação e espacialização dos potenciais impactos da mudança do clima no território nacional; e a oferta
descentralizada e em linguagem facilitada dos dados e informações climáticas. Além disso, aponta para
necessidade de se valorizar as funções ecossistêmicas da natureza, privilegiando a adoção de ações de adaptação
baseadas em ecossistemas na inserção da lente climática no planejamento territorial.
De fato, no Brasil, são poucos e ainda muito recentes os estudos sobre projeções futuras de impactos baseadas
em cenários de elevação do NM e eventos meteorológico-oceanográficos extremos. Esses estudos, em geral,
indicam apenas as cotas prováveis a serem atingidas por eventos de inundação costeira, mas pouco consideram a
resistência e a resiliência dos ambientes costeiros como respostas aos processos morfodinâmicos.
A presente proposta se insere neste contexto, em que praias da região Sudeste do Brasil serão o objeto de análise,
na busca pelas respostas morfodinâmicas que as mesmas sofrerão em relação a projeções de cenários climáticos,
de elevação do NM e de eventos meteorológico-oceanográficos extremos para os anos de 2025, 2050, 2075 e 2100.
Além de avançar em relação ao entendimento sobre as mudanças futuras na linha de costa, também serão avaliados os principais impactos sobre os sistemas antrópicos existentes ao longo da orla e as implicações sobre a
provisão e a distribuição dos benefícios ecossistêmicos locais. Ao final, serão propostas, em conjunto com as
comunidades locais, algumas possíveis medidas de adaptação para reduzir as vulnerabilidades e aumentar a
resiliência das mesmas no enfrentamento das mudanças ambientais futuras.
A temática da proposta exige uma equipe multidisciplinar. Por isso, a equipe principal do projeto é composta por
oito pesquisadores que atuam em diferentes áreas de conhecimento aplicado às zonas costeiras, com destaque à
Geologia, Geomorfologia, Meteorologia, Física, Oceanografia, Engenharia Cartográfica, Engenharia Costeira e
Gestão Costeira.
Para alcançar os objetivos propostos, essa equipe coordenará e colaborará no desenvolvimento de 5 Eixos
Temáticos (ETs), interrelacionados entre si e assim denominados: Modelagem Climática Global e Regional (ET1),
Modelagem do Nível do Mar e de Correntes Marinhas (ET2), Modelagem de Ondas (ET3), Modelagem de Praias
(ET4), e Impactos na Orla e Medidas de Adaptação (ET5).
O apoio à formação de recursos humanos pós-graduados se dará pela orientação de diversas pesquisas
interdisciplinares, por meio da concessão de 21 bolsas de estudo, sendo 02 de pós-doutorado, 03 de doutorado,
06 de mestrado e 10 de iniciação científica. Adicionalmente, está prevista a participação de dois pesquisadores que
atuam em centros de ensino e pesquisa na Espanha e no Reino Unido, por meio da concessão de 02 bolsas de
Pesquisador Visitante do Exterior (PVE).
Data de início: 01/07/2017
Prazo (meses): 60
Participantes:
Papel | Nome |
---|---|
Coordenador | JACQUELINE ALBINO |
Vice-Coordenador | LEONARDO AZEVEDO KLUMB OLIVEIRA |