Dinâmica Espaço-temporal da Macrofauna Bentônica em Duas Praias Arenosas da Ecorregião Marinha Leste do Brasil
Nome: MARIANE SILVA COUTINHO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/06/2015
Orientador:
Nome | Papel |
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ANGELO FRAGA BERNARDINO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ANGELO FRAGA BERNARDINO | Orientador |
JEAN-CHRISTOPHE JOYEUX | Examinador Interno |
Resumo: Praias arenosas são ambientes dinâmicos sob forte interação entre sedimentos, energia de ondas e variação de marés. Possuem uma grande importância ecológica e econômica, pois dominam a maioria das zonas costeiras. Associadas aos sedimentos praiais, assembleias de invertebrados bentônicos estão intimamente relacionadas às forçantes hidrodinâmicas, químicas e biológicas destes ecossistemas, resultando em padrões de distribuição espaciais e temporais variáveis. Essa heterogeneidade de assembleias ocorre em escalas espaciais locais, regionais e também latitudinais, exibindo padrões biogeográficos bem conhecidos na abundância, biomassa e riqueza de espécies bentônicas. Inúmeros esforços na descrição de variações espaço-temporais da macrofauna bentônica em praias arenosas foram realizados no Brasil, sendo a maioria concentrados na Ecorregião Marinha Sudeste entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. O presente estudo procurou compreender escalas de variabilidade espacial e temporal na macrofauna bentônica (i.e. >500 µm) através de uma amostragem hierárquica em duas praias arenosas dentro Ecorregião Marinha Leste do Brasil em dois períodos temporais (inverno de 2011 e verão de 2012). Através de amostragem em praias com similar morfodinâmica, testamos a hipótese de que variações espaciais (i.e., escalas de metros a centenas de metros) na estrutura de assembleias bentônicas serão mais significativas e diretamente relacionadas às variáveis abióticas se comparadas às oscilações sazonais de temperatura, produtividade (medida por disponibilidade orgânica sedimentar) e morfodinâmica praial. Como esperado, as praias apresentaram pequenas diferenças espaciais e temporais abióticas e morfodinâmicas, mas algumas diferenças na composição da fauna foram evidentes. A análise hierárquica evidenciou diferenças na densidade e composição da fauna em escalas espaciais locais (metros a centenas de metros) e temporais (inverno e verão). A abundância e composição da macrofauna respondeu diretamente ao conteúdo de matéria orgânica e granulometria sedimentares. As praias dessa Ecorregião Marinha Leste apresentaram alguns padrões particulares se comparadas a outras praias da costa brasileira, como a presença de Nemertea e Oligochaeta entre a macrofauna. Em geral, confirmamos a hipótese de que a
variabilidade espacial das assembleias macrofaunais destas praias é maior em pequenas escalas espaciais em razão de mudanças nos parâmetros sedimentares.