MACROFAUNA BENTÔNICA DE PRAIAS ARENOSAS INTERMEDIARIAS NAS PROXIMIDADES DA FOZ DO RIO DOCE

Nome: EMANUELY EZIDIO DA SILVA

Data de publicação: 24/11/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CRISTINA DE ALMEIDA ROCHA-BARREIRA Examinador Externo
JACQUELINE ALBINO Presidente
KARLA GONCALVES DA COSTA Examinador Interno
MAIKON DI DOMENICO Examinador Externo

Resumo: A hidrodinâmica atuante ao longo do sistema praial é o resultado da interação
de fatores abióticos sobre ela, como as ondas, declividade da face praial e a
granulometria do sedimento, esses fatores em conjunto determinam o grau
morfodinâmico da praia. A complexidade desses ambientes aumenta em função
da proximidade de desembocaduras fluviais em resposta do alcance de carga e
descarga fluvial. Muitos estudos mostram as correlações diretas da macrofauna
bentônica as características físicas da praia, em que a macrofauna é
determinada pela morfodinâmica. Porém, estudos que abordem a associação da
fauna bentônica à mobilidade dos perfis topográficos e dos estados
morfodinâmicos ainda são inexistentes. Logo, objetivo desse trabalho foi analisar
a estrutura da comunidade bentônica frente às variações das condições
morfodinâmicas em praias arenosas expostas, ao norte da foz do Rio Doce, ES.
Foram escolhidas seis praias arenosas já monitoradas pelo PMBA ao norte do
Rio Doce, com oito campanhas amostrais de set./2018 a jan./2022. Foram
coletadas amostras de sedimento para características físicas e biológicas em
cada praia, também foram levantados os perfis topográficos e as características
morfodinâmicas das praias. As praias apresentaram variação do ômega de
Dean, que traduz o estado morfodinâmico, declividade e diâmetro médio do grão
entre elas, também foram encontradas variações do ômega de Dean e
declividade entre as campanhas em duas praias amostrais. As praias mais
próximas a foz do rio Doce apresentaram alta mobilidade dos perfis e maiores
declividades e diâmetro médios dos grãos. As praias mais ao norte da foz,
apresentaram menores mobilidades dos perfis topográficos e menores
declividades da face praial. A riqueza de espécies e a densidade dos organismos
variaram entre os diferentes graus de mobilidade, e estes foram maiores em
praias de altas mobilidades dos perfis. Foram ainda encontradas correlações da
fauna com a variação dos estados morfodinâmicos. Em praias de moderadas
mobilidades a riqueza de espécies aumenta à medida que ficam mais
dissipativas. Em parias de altos graus de mobilidade, a densidade aumenta à
medida que as praias ficam mais refletivas. Embora a estrutura da comunidade
também tenha se diferenciado entre os graus de mobilidade, a composição
especifica da macrofauna foi praticamente a mesma com predominância dos
vermes oligoquetos, dos poliquetas Saccocirrus pussicus, Hesionura cf.
variodentata, Hemipodia simplex e do isópode Excirolana brazieliensis, e as
diferenças encontradas se deram pela diferença na abundância das espécies em
cada grau de mobilidade das praias. A semelhança na composição da
comunidade entre os diferentes graus de mobilidade e estados morfodinâmicos
confirmam a tolerância desses organismos a variações abióticas. A proximidade
da desembocadura do rio Doce foi o fator determinante na mobilidade dos perfis
e nas condições morfodinâmicas e morfológicas das praias e, também, na
estrutura da macrofauna, a proximidade a praias de altas mobilidades dos perfis
assegurou altas densidades de organismos oportunistas, e tolerantes. A fauna
respondeu melhor às variações do estado morfodinâmico do que a mobilidade
dos perfis. A variação dos estados morfodinâmicos parece controlar diretamente
a riqueza de espécies em praias intermediarias expostas, enquanto que a
densidade parece ter sido controlada pelo enriquecimento orgânico dos
sedimentos próximos a desembocadura do rio.

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