Padrões de distribuição e comportamento de mesopredadores e predadores de topo no Arquipélago de Fernando de Noronha
Nome: CLARA DE OLIVEIRA XAVIER
Data de publicação: 27/02/2025
Banca:
Nome![]() |
Papel |
---|---|
ILKA SIQUEIRA LIMA BRANCO NUNES | Examinador Externo |
MAURICIO HOSTIM SILVA | Examinador Interno |
NATALIA PRISCILA ALVES BEZERRA | Presidente |
Resumo: Tubarões e raias estão enfrentando declínios populacionais devido à pesca, degradação
de habitats e mudanças climáticas, e as Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) desempenham
um papel fundamental em sua conservação. O Arquipélago de Fernando de Noronha
(AFN), no Brasil, é um ambiente importante para essas espécies, mas ainda existem
lacunas no conhecimento sobre seu comportamento e interações. Este estudo utilizou
sistemas de vídeo subaquático (BRUVS) para investigar essas interações no AFN em
2017 e 2019, registrando oito espécies de elasmobrânquios em 61% das amostras. Foram
identificados quatro principais comportamentos: passe de natação, passe incidental,
interação exploratória e interação agressiva. As análises estatísticas indicaram que o
habitat de rodolito estava associado ao passe incidental, enquanto a zona de proteção total
foi associada à interação agressiva. Também foram registradas interações interespecíficas
e com outras espécies. O estudo reforça a importância do uso de BRUVS para
compreender o comportamento desses animais e a necessidade de monitoramento
contínuo para a preservação de suas populações. O AFN é conhecido pela sua rica
biodiversidade e alto endemismo de peixes recifais, mas ainda há uma lacuna significativa
no entendimento sobre a distribuição espacial de mesopredadores e predadores de topo
na região. As espécies foram classificadas como mesopredadores ou predadores de topo
com base no nível trófico, massa corporal, tamanho e tipo de presa. Os habitats bentônicos
foram classificados em quatro tipos: fundo arenoso, rodólito, recife rochoso e recife
rochoso com macroalgas, e as zonas de profundidade foram divididas em rasa,
intermediária e profunda. A análise estatística, incluindo testes de correlação, MannWhitney U, Modelos Aditivos Generalizados Mistos (GAMMs) e estimativas de
densidade de Kernel, comparou a abundância, riqueza e comprimento de tubarões e raias
em relação às variáveis ambientais, categorias de unidades de conservação, profundidade
e tipo de habitat. Foram registrados 1.738 indivíduos de 28 espécies, sendo 8
elasmobrânquios e 20 peixes ósseos. Entre os predadores de topo, destacam-se
Carcharhinus perezii, Negaprion brevirostris, Galeocerdo cuvier, Sphyrna mokarran e
Sphyraena barracuda. As espécies mais comuns foram Cephalopholis fulva (349
indivíduos), Caranx crysos (302) e Caranx bartholomaei (293), todas mesopredadores,
enquanto Sphyraena barracuda foi a mais abundante entre os predadores de topo, com
143 indivíduos.