ABORDAGEM MULTIESCALAR DA VARIAÇÃO ENERGÉTICA DE ONDAS E A RESPOSTA DE PRAIAS DE MARATAÍZES, ES.

Nome: BRANCO MATEUS MURATA EGUCHI

Data de publicação: 23/03/2023

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CELIA REGINA DE GOUVEIA SOUZA Examinador Externo
DIETER CARL ERNST HEINO MUEHE Examinador Interno
JACQUELINE ALBINO Presidente
KYSSYANNE SAMIHRA SANTOS OLIVEIRA Examinador Interno
LEONARDO KLUMB-OLIVEIRA Examinador Externo

Resumo: Um dos maiores desafios na avaliação de impactos costeiros é lidar com a dimensão espacial e temporal dos processos envolvidos na dinâmica da linha de costa. Para compreender estes processos é preciso caracterizar os inputs energéticos de maior escala como ondas e marés, e como estes inputs podem ser alterados pelas particularidades de cada costa. Apesar do enfoque da tese ser o litoral sul do Espírito Santo, a mesma foi elaborada com base em uma série de metodologias replicáveis para outros litorais com objetivo de realizar uma caracterização de processos costeiros e vulnerabilidades em diferentes escalas de tempo e espaço. Primeiramente foram caracterizadas as forçantes meteoceanográficas atuantes no litoral sul do Espírito Santo, entre elas: ondas, maré astronômica, elevação do nível residual e ondas extremas. Além disso, foi realizada a correlação da energia, duração e quantidade de ondas extremas com a ocorrência isolada e combinada dos modos de variabilidade
climática El Ninõ Southern Oscillation (ENSO) e Southern Annular Oscillation (SAM). A segunda parte desta tese consistiu em caracterizar os efeitos da morfologia do leito marinho sobre o padrão de energia de ondas incidentes e a resposta de perfis de praias. Com base na variabilidade energética das ondas em águas rasas, morfologia dos perfis de praia e na variabilidade destes perfis, foi proposta uma classificação quanto ao grau de susceptibilidade do litoral aplicando uma adaptação ao Índice de Vulnerabilidade Costeira (CVI). Por fim, a resposta da praia frente à um evento extremo foi medida através do levantamento topográfico de 6 perfis de praia, antes e após a passagem de um tempestade. O clima de ondas apresentou padrão bimodal com ondas de tempo bom vindas de leste e ondas energéticas oriundas de sudeste. Ondas extremas possuem alturas significativas
médias de 1,9 m e duração média de 48h. A fase neutra do ENSO e negativa do SAM estão ligadas as maiores energias, durações e quantidades de ondas extremas. Quando combinadas, as fases positivas de SAM e ENSO apresentam menores valores dos
parâmetros de ondas extremas. Ondas de tempo bom vindas de leste aumentam sua energia ao se propagar sobre o leito
marinho da região em aproximadamente 30%. Já as ondas de sudeste aumentam em 9% sua energia. De modo geral, após a passagem da tempestade monitorada, a resposta dos perfis se mostrou dentro da variabilidade normal determinada entre 2018 e 2020. Conclui-se que a temporada de ressacas no litoral sul do Espírito Santo tem seu auge entre os meses de julho e setembro, caracterizada por eventos duradouros e energéticos que evoluem para eventos breves e mais frequentes. O processo de dissipação energética de ondas sobre a plataforma interna e antepraia ocorre de forma diferenciada para cada direção de incidência. Mesmo com a variação dentro da faixa normal sob condição de tempestade, no longo prazo a morfologia dos perfis pode não ser suficiente para conter o processo de inundação costeira.

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