EVOLUÇÃO PALEOAMBIENTAL DA DEPRESSÃO DE ABROLHOS (ES, BRASIL) BASEADO NA DISTRIBUIÇÃO DE FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS

Nome: ANITA GOMES RUSCHI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 21/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador
DEBORA PIMENTEL DINIZ SANTOS Suplente Interno
MARIA ALEJANDRA GOMEZ PIVEL Examinador Externo
PATRICIA PINHEIRO BECK EICHLER Examinador Externo

Resumo: A transgressão pós- último máximo glacial foi marcada por eventos seculares de flutuação climática que influenciaram diretamente a evolução paleoambiental nas plataformas continentais globais. Durante a transgressão, eventos de resfriamento como o Younger Dryas (YD) e de rápido degelo, como os pulsos de degelo (Meltwater Pulse – MWP), além de outros, tiveram um papel importante na variação das taxas de subida relativa do nível do mar, bem como na formação de ambientes costeiros. O foco deste estudo é a plataforma sul de Abrolhos, que é marcada por uma feição conhecida como Depressão de Abrolhos (DA), já tendo sido descrita anteriormente como uma paleolaguna. O objetivo deste estudo é investigar a formação dessa paleolaguna e as variações paleoambientais que ela foi submetida durante a transgressão marinha nos últimos 18 mil anos. O estudo foi conduzido utilizando um testemunho localizado no centro da DA, coletado à 63 m de profundidade. O foco principal da análise paleoambiental foi feito com base na identificação de foraminíferos bentônicos e datação por carbono 14, além da utilização de proxies geoquímicos previamente disponíveis. Os resultados mostraram que ao longo do testemunho foram classificados 85 táxons, sendo 69 no nível hierárquico de espécie e 16 no nível hierárquico de gênero. Foi possível dividir o testemunho em 4 Biofácies baseando-se nas assembleias de foraminíferos bentônicos: As Biofácies CH reúnem as amostras da base, 288 a 251cm, onde as espécies dominantes desse grupo foram Cribroelphidium sp. e Hanzawaia boueana. A Biofácies At reúne as amostras 241 a 111cm, onde a espécie dominante é A. tepida. A espécie também frequente nesse grupo é C. excavatum. A Biofácies AC reúne as amostras 101 a 41cm, onde as espécies dominantes são A. tepida e C. excavatum. A Biofácies HQ reúne as amostras do topo, 31 a 2cm, onde as espécies dominantes são H. boueana e Quinqueloculina lamarckiana. A partir da análise das assembleias de foraminíferos a evolução paleoambiental da DA pode ser revista apontando para o seguinte modelo: A base do testemunho aponta para a presença de concreções carbonáticas que pode compor uma superfície cárstica de ravinamento. A deposição da Biofácies CH se dá sobre essa superfície e aponta para a influência marinha e início da formação da paleolaguna em torno de 13 mil anos A.P. A formação da DA se dá durante o YD e a mesma apresenta duas fases distintas em termos de sedimentação e circulação no ambiente lagunar. Em um primeiro momento, entre 12800 e 12500 anos cal A.P. a laguna é caracteristicamente confinada com menor circulação e a partir de cerca de 12500 anos ocorre um aumento da circulação da laguna marcada pelo aumento da densidade, riqueza e diversidade de foraminíferos bentônicos. O final do YD é marcado por uma mudança significativa nas Biofácies, onde os organismos apontam para um ambiente marinho (Biofácies AC) raso, o que é corroborado por todos os proxies sedimentológicos e geoquímicos. Essa mudança paleoambiental está associada ao MWP-1B. Com a contínua subida do nível do mar, o ambiente vai se tornando marinho aberto, porém ainda ocorre uma mudança em torno de 8000 anos A.P. que marca definitivamente a presença de organismos típicos da plataforma externa, ou seja, profundidades superiores a 50m.

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