DISTRIBUIÇÃO DOS FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS RECENTES E SUA RELAÇÃO COM OS PARÂMETROS SEDIMENTOLÓGICOS E OCEANOGRÁFICOS DA BACIA DO ESPÍRITO SANTO

Nome: FABIANA KARLA DE ALMEIDA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 20/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador
CARLA VAN DER HAAGEN CUSTODIO BONETTI Examinador Externo
HELENICE VITAL Examinador Externo
PATRICIA PINHEIRO BECK EICHLER Examinador Externo
SILVIA HELENA DE MELLO E SOUSA Examinador Externo

Páginas

Resumo: O fundo marinho heterogêneo da Margem Continental Brasileira pode resultar em diferenças na composição das associações de foraminíferos bentônicos. Com propósito de compreender os principais fatores ambientais que controlam a distribuição dos foraminíferos bentônicos no talude continental, e corroborar com interpretações paleoambientais do Holoceno Superior, os foraminíferos bentônicos recentes (fauna total > 63 µm), em conjunto com dados sedimentológicos foram investigados e integrados ao longo de seis transectos no talude continental, e dentro de dois cânions submarinos da Bacia do Espírito Santo (BES, 18°20` e 21°20` S). As amostras de sedimentos superficiais (0-2 cm) foram coletadas perpendicularmente à costa, desde o talude superior (400 m) até o inferior (3.000 m), e no interior dos cânions Watu Norte (CANWN) e Doce (CAND), desde a cabeceira até a porção média-inferior (150 a 1.300 m). A densidade, diversidade taxonômica e composição das associações variam com a profundidade e entre os dois cânions. Diferenças entre as preferências ecológicas dos táxons mais abundantes permitiram o reconhecimento de grupos (associações) distintos, distribuídos em cinco setores batimétricos principais: plataforma externa (50 m), talude superior 150-400m), talude médio-inferior (1.000-1.300 m), talude inferior (1.900 m), e a porção mais profunda do talude inferior (2.500-3.000 m). Além disso, dois grupos distintos foram reconhecidos, revelando diferenças entre as associações encontradas em cada cânion submarino. O fator primário que controla a distribuição das associações de foraminíferos bentônicos ao longo da profundidade está associado a quantidade e qualidade do fluxo orgânico que atinge o fundo marinho. Outros fatores secundários incluem as propriedades das massas de água, as correntes de contorno intermediária e profunda, e a granulometria do sedimento de fundo. O aumento no percentual de testas de foraminíferos bentônicos e planctônicos fragmentadas (>125 µm) parece estar relacionado à abrasão devido o transporte das testas de regiões mais rasas para o talude. A porção média-inferior do CANNW indica condições tróficas instáveis, relacionadas ao fluxo de sedimentos terrígenos provocado por correntes de turbidez. No CAND, a ecologia das associações de foraminíferos bentônicos indica que conteúdo de matéria orgânica aprisionado nesse cânion foi suficiente para favorecer a estabilidade e diversidade de espécies, revelando um ambiente mais produtivo e menos instável que no CANWN. Os dados obtidos nesse estudo com poderão servir como análagos na interpretação de sistemas deposicionais marinhos mais antigos, podendo auxiliar em reconstruções paleoambientais e paleobatimétricas mais precisas da Bacia do Espírito Santo.

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