Microplástico em Sedimentos Superficiais da Bacia do Espírito Santo e Porção Norte da Bacia de Campos
Nome: THAÍS FRÓES FRANÇA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/08/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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FABIAN SÁ | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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ALEX CARDOSO BASTOS | Suplente Interno |
FABIAN SÁ | Orientador |
JULIANA LEONEL | Examinador Externo |
SURY DE MOURA MONTEIRO | Suplente Externo |
VALÉRIA DA SILVA QUARESMA | Examinador Interno |
Resumo: Milhões de toneladas de plástico, incluindo microplástico (< 5 mm), adentram os oceanos todos os anos. No entanto, devido à falta de dados, o conhecimento sobre sua distribuição e dispersão nos sedimentos das margens continentais e oceano profundo ainda é limitado. Nesse estudo, tivemos como objetivo determinar se o acúmulo de microplástico (MP) difere entre ambientes geomórficos distintos (ou seja, plataforma, talude, sopé continental e cânions submarinos) e se a concentração está relacionada à profundidade ou parâmetros sedimentológicos (granulometria, teor de matéria orgânica e de carbonato de cálcio). Quantificamos MP em sedimentos superficiais da Bacia do Espírito Santo e do norte da Bacia de Campos, em 71 amostras distribuídas entre 25 e 3.000 metros de profundidade. A concentração variou de 0,06 a 1,24 (média de 0,31 ± 0,20 partículas) MP por grama de sedimento (MP.g-1). A plataforma continental retém cerca de 34% das partículas, enquanto aproximadamente 21% se acumular no talude continental. Cânions submarinos teve uma retenção de 27%. A distância do continente não impediu o acúmulo de PM, pois 19% de todo o material foi encontrado no sopé continental. Ordenados por forma, cor e tamanho, as fibras foram mais comuns (78%) e as cores preto (31%) e azul (25%) foram mais frequentes. O tamanho predominante da MP é maior que 350 μm (tipicamente entre 500 e 2000 μm), representando 56%. As concentrações de MP não foram correlacionadas significativamente com os parâmetros sedimentológicos. O presente estudo fornece evidências preliminares de que os MP estão se acumulando no oceano profundo da margem continental brasileira, apoiando a hipótese de que esses ambientes sejam um grande sumidouro de MP. Além disso, mais estudos são necessários, já que a dinâmica relacionada a essas deposições apresenta impactos ainda desconhecidos, mas potencialmente prejudiciais aos ecossistemas de oceano profundo.