Análise da composição e estrutura interna de rodolitos da Cadeia Vitória –Trindade

Nome: TARCILA FRANCO MENANDRO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 19/06/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador
GUILHERME HENRIQUE PEREIRA FILHO Examinador Externo
LUIZ FERNANDO LOUREIRO FERNANDES Suplente Interno
POLIANA SILVA BRASILEIRO Examinador Externo
RICARDO DA GAMA BAHIA Examinador Externo

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Resumo: Rodolitos são compostos principalmente por algas calcárias e outros organismos incrustantes subordinados
(OIS), formados por seguidos processos sobrepostos de incrustações. Os rodolitos da Cadeia Vitória-
Trindade apresentaram como principais construtores as algas calcárias (gêneros Sporolithon, Mesophyllum,
Lithothamnion, Hydrolithon e Titanoderma) e peyssonneliáceas (gênero Peyssonnelia). Os principais grupos
de OIS foram foraminíferos incrustantes (Homotrema rubrum, aglutinantes ou demais foraminíferos
incrustantes), briozoários, serpulídeos e cirripédios. Em rodolitos onde a taxa de bioerosão é muito elevada
ocorre a obliteração dos caracteres morfológicos diagnósticos das algas calcárias e a identificação em nível
de espécie é impossibilitada, dificultando a caracterização ambiental uma vez que esta deve ser feita em
nível de espécie. Assim, o estudo da composição de OIS é uma alternativa ao estudo da assembleia algal
nestes ambientes. A análise da composição de OIS foi distinta entre o monte submarino e a plataforma
insular indicando diferenças locais nestes ambientes que estariam influenciando o estabelecimento dos
organismos. A icnoassembleia dos rodolitos da Cadeia Vitória-Trindade foi composta por microperfurações
e macroperfurações do tipo Entobia (associado a ação de esponjas perfurantes), Gastrochaenolites
(associado a ação de bivalves) e Trypanites (associado a ação de poliquetas e vermes sipúnculas). O
estudo da icnoassembleia identificou um ambiente com baixa taxa de sedimentação e baixa hidrodinâmica
que permitiu o desenvolvimento por longos períodos ininterruptos dos organismos perfurantes. A formação
dos espaços vazios pelo processo de bioerosão permite a deposição de sedimento que podem aprisionar
macroforaminíferos bentônicos. No monte Jaseur, o gênero Amphistegina apresentou maior contribuição em
ambos os locais de coleta e em Trindade foi o gênero Archaias. O grande número de perfurações devido à
intensa bioerosão poderia levar ao colapso dos nódulos, entretanto, rodolitos com grandes dimensões foram
observados (diâmetros maiores com médias de 17,8 ± 3,8cm; 15,92 ± 2,14cm e 11,74 ± 1,40cm, em Jaseur
74m, Jaseur 66m e Trindade 65m, respectivamente). O material de preenchimento das perfurações da
estrutura interna dos rodolitos apresentou textura sedimentar e estava litificado integrando a estrutura rígida
no interior dos nódulos. A litificação corre devido ao crescimento de cristais de cimento carbonático nos
poros vazios na estrutura interna e são fundamentais para a manutenção da integridade dos nódulos. A
litificação do sedimento de preenchimento cria novas estruturas rígidas dentro da estrutura interna mais
antiga e estas se tornam susceptíveis a novas incrustações de organismos perfurantes. A repetição dos
processos de perfuração, preenchimento, cimentação e nova perfuração substitui a estrutura interna original
(composta majoritariamente por organismos incrustantes) pela estrutura resultante da repetição dos
processos (composta por fragmentos de organismos calcários e sedimento litificado). O presente trabalho
identificou a importância do estudo integrado de todos os componentes da estrutura interna dos rodolitos
como a melhor forma de se compreender a dinâmica envolvida no desenvolvimento dos nódulos e como
ferramenta na obtenção de indicadores ambientais sólidos.

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