SEDIMENTOLOGIA E ESTRATIGRAFIA QUATERNÁRIA DOS DEPÓSITOS COSTEIROS DA REGIÃO DE VITÓRIA, ES.

Nome: GISELI MODOLO VIEIRA MACHADO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 03/12/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEX CARDOSO BASTOS Orientador
CLEVERSON GUIZAN SILVA Examinador Externo
DIETER CARL ERNST HEINO MUEHE Examinador Externo
JOSÉ ANTÔNIO BAPTISTA NETO Examinador Externo
PAULO DIAS FERREIRA JÚNIOR Examinador Externo

Resumo: Oscilações do nível relativo do mar no Quaternário revelam mudanças na arquitetura e na composição dos depósitos sedimentares em função de eventos transgressivos / regressivos, energia do ambiente e influência marinha e continental. Assim, a estratigrafia tem contribuição importante na interpretação destes componentes que prognosticam a arquitetura de fácies e reconstroem o período de sedimentação. Evidências geomorfológicas são usadas também para compreender a evolução da planície costeira e indicadores sedimentológicos, biológicos e geoquímicos são usados para reconhecer os paleoambientes deposicionais. A área de estudo compreende os depósitos Quaternários costeiros da região de Vitória, ES caracterizada por uma planície estreita limitada entre depósitos rochosos. A metodologia se dividiu em mapeamento geológico e topográfico, análise estratigráfica e análise morfoscópica e geoquímica. Os mapas geológicos foram realizados por meio de interpretação de fotografias aéreas, cartas topográficas e campo. O mapa topográfico foi gerado a partir da modelagem digital do terreno. A análise estratigráfica foi realizada por meio de coleta de sedimentos de sub-superfície por meio de sondagens e vibratestemunhador. Foram realizadas quatro sondagens de 20 m de perfuração sobre a planície e três testemunhos rasos entre 2 a 5 m de sobre o mangue. Nos sedimentos foram realizadas as seguintes análises: granulometria; queima de matéria orgânica e CaCO3, via úmida para teor de lama/areia e classificação das espécies de concha. Nas amostras das sondagens os sedimentos foram avaliados também quanto à composição mineralógica e quanto ao grau de arredondamento, aspecto óptico e microtexturas dos grãos de quartzo por meio de morfoscopias óptica e eletrônica de varredura. Nas amostras dos testemunhos o sedimento orgânico foi analisado quanto à razão C/N. Vinte datações foram realizadas: dezenove por 14C, sendo dezoito em conchas e uma em sedimento orgânico e uma por LOE em grãos de quartzo. Desta forma, esta tese objetiva investigar a resposta dos depósitos sedimentares costeiros decorrentes das oscilações do nível do mar nos últimos 120 mil anos na região. Os resultados contribuíram para a compreensão da evolução estratigráfica, o papel das variações do nível do mar nos registros sedimentares e a importância do controle geomorfológico no preenchimento
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da bacia de sedimentação. Não foram encontradas evidências, como terraços arenosos, associados à transgressão máxima de 120 mil anos A.P. A presença de estuário moderno, áreas deprimidas e úmidas na planície e cordão praial junto à praia atual evidenciam momentos de nível de mar mais alto no Holoceno. A presença de conchas marinhas e estuarinas, fragmentos de bioclastos, nódulos carbonáticos, razão C/N abaixo de 21 e grãos de quartzo com maturidade textural de praia são indicadores de influência marinha no ambiente. Seis paleoambientes foram reconhecidos: continental com influência marinha, fluvial, baía, estuarino, praial e canal de maré. Os parâmetros texturais dos grãos de quartzo mostraram o pouco alcance dos grãos costeiros no interior da bacia de sedimentação. As microtexturas por ação mecânica na superfície dos grãos indicaram predomínio de grãos correlacionados ao regime fluvial, transportados sobre curtas distâncias e as microtexturas por ação química são indicadores de ambientes sob influência de águas marinhas e baixa energia. A proposta de modelo evolutivo para a área se resume da seguinte forma: no estágio isotópico 5 o embaiamento de Vitória era uma ampla baía de baixa energia e conexção livre com mar. Por volta de 38.890 ± 180 e >50.540 anos A.P. (estágio isotópico 3) temse o registro de um evento transgressivo na região. No estágio isotópico 2, os processos continentais reinam e depósitos fluviais no interior da bacia datados na superfície em 36.307 ± 3.292 anos A.P. registram o período regressivo. No estágio isotópico 1, fácies de baía datadas entre 9.448 ± 38 e 7.154 ± 157 anos cal A.P., voltam a ocupar a baía de Vitória durante a transgressão, que evoluem para fácies estuarinas no interior da baía até o presente. Na parte exposta, um cordão praial é formado em torno de 7.930 ± 150 anos cal A.P e posteriormente afogado. Com a regressão parte do estuário se mantém, algumas áreas interiores são colmatadas e transformadas em depressão de planície úmidas modernas e áreas próximas ao mar respondem à descida do nível do mar com a construção de um cordão iniciado a 3.136 ± 185 e 3.201 ± 175 anos cal. A.P., formando a planície de Camburi.

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