DESENVOLVIMENTO LARVAL E NOVAS OCORRÊNCIAS DE Lysmata grabhami (Gordon, 1935) NA COSTA BRASILEIRA

Nome: ALEXANDRE DIAS KASSUGA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 04/04/2014
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MAURÍCIO HOSTIM SILVA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
FERNANDO ARAUJO ABRUNHOSA Examinador Externo
JEAN-CHRISTOPHE JOYEUX Examinador Interno
LUIZ FERNANDO LOUREIRO FERNANDES Examinador Interno
MAURÍCIO HOSTIM SILVA Orientador

Resumo: Lysmata grabhami é uma espécie de camarão-limpador monogâmica, hermafrodita e de alto valor comercial, muito procurado por aquaristas de todo mundo devido a sua coloração conspícua e comportamento de limpeza de peixes. Devido ao seu alto valor comercial, o cultivo em sistema fechado das espécies deste gênero têm sido amplamente estudado. O presente trabalho visa apresentar novas ocorrências de L. grabhami para águas brasileiras, bem como estudar seu desenvolvimento larval no que tange a alimentação e descrição morfológica dos primeiros estágios larvais.
Novos registros de ocorrência de Lysmata grabhami em águas brasileiras são apresentados. Na região costeira de Vitória, no Espírito Santo foram coletados quatro indivíduos, sendo este o primeiro registro para águas costeiras brasileiras. Além disso, um indivíduo foi coletado na ilha de Trindade, constituindo a ocorrência mais ao Sul conhecida para esta espécie. Ambas as coletas foram realizadas através de mergulho autônomo, em profundidades entre 20-40 metros.
Casais de L. grabhami coletados no Espírito Santo foram mantidos em aquários ligados a um sistema fechado recirculante, a temperatura de 24±1ºC, salinidade 35 e fotoperíodo de 12/12 hrs claro/escuro. A cada desova as larvas foram coletadas e as mais ativas selecionadas para a realização de experimentos de alimentação.
O efeito de duas temperaturas (22ºC e 26ºC) combinado a alimentação com duas espécies de microalgas (Tetraselmis chuii e Dunaliella sp.) sobre o desenvolvimento do primeiro estágio larval foi testado. Os melhores resultados foram obtidos com a combinação de temperatura 26ºC e alimentação com a microalga T. chuii, e portanto, estes foram os parâmetros escolhidos para o restante dos experimentos. Dois experimentos foram realizados com intuito de analisar alguns aspectos da alimentação dos primeiros estágios larvais. No primeiro experimento, as larvas de diferentes desovas foram selecionadas em grupos de 10 e submetidas a diferentes itens alimentares. Para larvas recém eclodidas foram utilizadas quatro dietas: (i) T. chuii (~30.000 células ml-1), (ii) o rotífero Brachionus plicatilis, (iii) ração para corais Zoplan ad libitum ,(iv) sem alimento. Para a alimentação do segundo estágio larval (zoea 2) e do terceiro estágio (zoea 3) foram utilizadas três dietas: (i) T. chuii (~30.000 celulas ml-1), (ii) ração para corais Zoplan (...) ad libitum e (iii) copédodes congelados ad libitum de tamanho entre 100 180 µm. Em todos os estágios, os melhores resultados foram obtidos com a microalga T. chuii, demonstrando o potencial desta microalga para futuros cultivos de L. grabhami.
No segundo experimento, 90 larvas foram cultivadas individualmente e separadas em três grupos de 30. Os grupos foram submetidos aos seguintes itens alimentares: (i) T. chuii [37.000 células/ml], (ii) T. chuii [100.000 células/ml] e (iii) sem alimento. Nenhuma larva em jejum realizou muda para o segundo estágio. As larvas alimentadas com T. chuii na maior concentração apresentaram um desenvolvimento mais rápido. No entanto, com a menor concentração de microalgas, as larvas atingiram um estágio mais avançado de desenvolvimento, chegando a zoea 7, enquanto que com a maior concentração, atingiram somente zoea 5. A ingestão e egestão diferiram entre os dois tratamentos. Tetraselmis chuii se mostrou um alimento viável para o cultivo dos estágios iniciais de L. grabhami, podendo ser um importante aditivo ao cultivo com dietas combinadas com nauplius de Artemia e copépodes.
Os quatro primeiros estágios de Lysmata grabhami são descritos. Esta espécie apresenta um desenvolvimento tardio em relação a outras espécies do mesmo gênero cujo desenvolvimento larval é conhecido, principalmente no que diz respeito ao aparecimento do primeiro e quinto pereiópodes. As larvas desta espécie eclodem menos desenvolvidas, ainda sem aparecimento do broto do primeiro pereiópode.
Uma lista atualizada das espécies do gênero Lysmata no Brasil é apresentada, além de uma chave pictórica para identificação das mesmas. Atualmente, seis espécies são registradas para costa brasileira: Lysmata ankeri, L. bahia, L. grabhami, L. intermedia, L. moorei e a espécie exótica do Indo-Pacífico L. vittata.

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