ECOLOGIA TRÓFICA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE PEIXES PREDADORES NA ILHA DA TRINDADE, BRASIL
Nome: FLÁVIO DO NASCIMENTO COELHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 15/02/2012
Orientador:
Nome |
Papel |
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| AGNALDO SILVA MARTINS | Orientador |
Banca:
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Papel |
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| AGNALDO SILVA MARTINS | Orientador |
| BEATRICE PADOVANI FERREIRA | Examinador Externo |
| JEAN-CHRISTOPHE JOYEUX | Examinador Interno |
| LUIZ FERNANDO DUBOC DA SILVA | Examinador Externo |
| MAURÍCIO HOSTIM SILVA | Examinador Interno |
Resumo: Neste estudo, nosso objetivo foi avaliar a partição de nicho de peixes recifais em uma ilha oceânica do Atlântico sudoeste Foram estudados a estrutura populacional e a dieta de quatro importantes predadores demersais (Cephalopholis fulva e Epinephelus adscensionis) e pelágicos (Caranx lugubris e Sphyraena barracuda) presentes nos ambientes costeiros da Ilha da Trindade (20º 30´ S; 29º 20´ W), Brasil. Os dados foram obtidos em duas expedições realizadas em 2007 e 2009, nas quais foram feitos 347 censos visuais com mergulho autônomo em 11 locais no entorno da Ilha. Foram registrados o tamanho e a abundância dos indivíduos em habitats de diferentes profundidades (até 50 m) e grau de complexidade estrutural do substrato. Adicionalmente, o conteúdo estomacal de 248 peixes foi analisado para avaliar as preferências alimentares das diferentes espécies nesses ambientes. A partição de nicho entre as espécies ocorreu principalmente na dimensão trófica e pode ser explicada pelas diferenças de porte dos predadores. C. fulva, o predador de menor porte e mais abundante (29 ind. m-2), preferiu presas menores (pequenos crustáceos e peixes) e ambientes de alta complexidade. E. adscensionis preferiu ambientes mais profundos (> 20 m), o que pode estar relacionado à competição por espaço com C. fulva. Os predadores pelágicos de maior porte C. lugubris e S. barracuda apresentaram baixa abundância (0.35 and 0.15 ind. m-2) e alta sobreposição trófica. A partição de nicho entre peixes predadores recifais em ilhas oceânicas parece ser baixa e está diretamente relacionada à reduzida disponibilidade de habitats e presas nestes ambientes. Trindade parece apresentar as maiores densidades de catuás, quando comparada a outras localidades do Brasil e do Caribe. Efeitos da pesca e a escassez de competidores e predadores são possíveis fatores que podem explicar as altas densidades observadas na ilha.
