DISTRIBUIÇÃO E BIODIVERSIDADE DE PEIXES RECIFAIS BRASILEIROS: EXPLORANDO HABITATS BENTÔNICOS DA ZONA MESOFÓTICA

Nome: CAIO RIBEIRO PIMENTEL
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/06/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JEAN-CHRISTOPHE JOYEUX Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDERSON ANTÔNIO BATISTA Suplente Interno
CIRO COLODETTI VILAR DE ARAUJO Examinador Interno
FERNANDA ANDREOLI ROLIM Examinador Externo
JEAN-CHRISTOPHE JOYEUX Orientador
MAURÍCIO HOSTIM SILVA Examinador Interno

Páginas

Resumo: Peixes recifais são eficientes modelos para a realização de estudos ecológicos em escalas espaciais e temporais relativamente pequenas, permitindo compreender como algumas características ambientais estruturam suas comunidades. Nesse sentido, a profundidade e o habitat bentônico (e.g., recifes, bancos de rodolitos e macroalgas) são umas das características ambientais mais importantes. Apesar da singularidade e vulnerabilidade das comunidades de peixes recifais brasileiros, ainda sabemos pouco sobre a biodiversidade e os padrões de distribuição das espécies em habitats mesofóticos (que ocorrem entre 30 e 150 m de profundidade). Portanto, o principal objetivo desta tese foi analisar a composição e estrutura das assembleias de peixes em diferentes ambientes da costa brasileira, visando entender principalmente como a profundidade e os habitats atuam na estruturação dessas assembleias. Foram utilizados sistemas de estéreo-vídeos subaquáticos com isca (stereo-BRUVS) para explorar diversos habitats bentônicos, ao longo de um amplo gradiente de profundidade (~ 10 a 90 m) nas ilhas oceânicas de Trindade, Arquipélago de Fernando de Noronha e Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), assim como na costa leste do Brasil. Inesperadamente, no ASPSP as assembleias de peixes recifais não apresentaram estruturação em função do gradiente de profundidade. A distribuição das espécies está mais associada a eventos de ressurgência e subsidência, que alteram drasticamente a temperatura da água e influenciam o movimento vertical das espécies no recife. Além disso, diversas espécies foram registradas tanto no ambiente pelágico quanto nos recifes, sugerindo a existência de conexão ecológica entre esses ambientes, por meio do fluxo de matéria e energia. Por sua vez, a plataforma insular da Ilha da Trindade compreende um mosaico de habitats bentônicos interconectados, os quais diferem em riqueza, abundância e biomassa das assembleias de peixes. Os recifes apresentaram maior riqueza e abundância, assim como maior proporção de espécies exclusivas, seguidos pelos bancos de rodolitos, fundos de areia e bancos de macroalgas. A profundidade foi considerada uma característica intrínseca dos habitats, uma vez que estes não se distribuem continuamente ao longo do gradiente batimétrico da plataforma. Essas características ambientais, portanto, atuam em sinergia na estruturação das assembleias de peixes. Em relação à biodiversidade, por meio dos stereo-BRUVS foi possível analisar a composição específica e abundância de tubarões nessas duas ilhas oceânicas, incluindo uma espécie considerada localmente extinta no ASPSP. Em Fernando de Noronha, dos 19 novos registros, três foram realizados por meio dos stereo-BRUVS. E na costa leste do Brasil, foi confirmada a presença de uma população estabelecida de Serranus chionaraia, espécie presumidamente restrita à Província Caribenha. Esses resultados reforçam a necessidade de estratégias de gestão integrada dos habitats eufóticos e mesofóticos, bentônicos e pelágicos, recifais ou não-recifais, visando a conservação da biodiversidade, das funções ecológicas e da conectividade no ambiente marinhos.

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